A síndrome nefrítica é um grupo de sinais e sintomas que ocorrem como resultado de um processo inflamatório nos rins, geralmente desencadeado por inúmeros gatilhos, sendo o mais comum a glomerulonefrite pós estreptocócica (GNPE). Mais frequente em meninos e geralmente afeta as idades de 5 a15 anos.
A síndrome nefrítica pode se apresentar de forma aguda, crônica ou rapidamente progressiva. A doença aguda começa repentinamente e está mais associada ao desenvolvimento de hipertensão arterial, de inflamação no tecido intersticial dos rins – entre os glomérulos e os túbulos que processam a urina – e de interrupção temporária da função renal. Já a crônica evolui em longo prazo e de forma silenciosa para a perda irreversível da função renal. A forma rapidamente progressiva, é a mais grave das apresentações da síndrome nefrítica por provocar a destruição da maioria dos glomérulos. Esse efeito leva à insuficiência renal crônica em semanas ou dias e à consequente doença terminal renal, sendo necessário a utilização de hemodiálise.
Estão presentes entre os principais sinais e sintomas da síndrome nefrítica:
-Edema e hipertensão arterial (70% dos casos), devido retenção de líquidos;
-Redução do volume urinário e hematúria macroscópica (30-70% dos casos) ou microscópica (100% dos casos);
-Urina cor de chá ou de Coca-cola;
-Fraqueza;
-Fadiga;
-Febre;
-Náusea;
-Vômitos;
-Perda de apetite;
-Dores abdominais e articulares.
O diagnóstico é feito pela avaliação clínica e confirmada por exames de sangue e de urina, e métodos de imagem, a exemplo do ultrassom. Para o diagnóstico preciso, em particular das formas crônica e rapidamente progressiva, é solicitada uma biópsia renal para o estudo das características das lesões.
O tratamento da síndrome nefrítica compreende repouso relativo, manutenção de dieta hipossódica e restrição hídrica (400 ml/m2/dia, associado a um terço ou metade da diurese do dia anterior), uso de diurético de alça (furosemida 1-4 mg/kg/dia) e penicilina G benzatina (dose: 600.000 UI em pacientes menores de 20 quilos e 1.200.000 unidades em pacientes maiores de 20 quilos). A penicilina V oral também pode ser utilizada, assim como a eritromicina para os pacientes alérgicos.