A Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU) é uma forma de microangiopatia trombótica e caracteriza-se por uma tríade de trombocitopenia, anemia hemolítica mecânica e insuficiência renal aguda.
A forma típica da SHU, responsável por 90% dos casos da doença está associada a infecções enterohemorrágicas por Escherichia coli produtora de toxina Shiga que provoca alterações renais e em múltiplos órgãos-alvo.
A SHU atípica compreende todos os casos que não surgem devido a infecção causada por uma bactéria produtora de toxinas da família Shiga. Esse tipo é menos comum e representa 10% de todos os casos da doença. Apesar de mais raro apresenta alta morbimortalidade, geralmente com pior prognóstico que a forma típica da doença, com evolução mais agressivo, pior resposta ao tratamento médico e maior taxa de recorrência e complicações.
A SHU apresenta sintomas clínicos de trombocitopenia que incluem sangramentos repetidos no nariz ou sangramento nas gengivas ao escovar os dentes, assim como aumento da quantidade e tamanho de hematomas ou petéquias. A anemia tem sinais clínicos de fadiga e palidez. Enquanto que na insuficiência renal está presente a diminuição da produção de urina, urina concentrada, hematúria microscópica e proteinúria.
Apesar da síndrome hemolítico-urêmica geralmente ser benigna, com resolução completa e sem sequelas na maioria dos doentes, podem surgir diversas complicações, sendo a maioria relacionada com a função renal. Outras complicações relacionadas ao quadro da síndrome hemolítico-urêmica são: insuficiência renal, complicações neurológicas, insuficiência cardíaca aguda, complicações gastrointestinais, anormalidades metabólicas e gangrena periférica.
Não existe tratamento específico para SHU por shiga-toxina, exceto medidas de suporte, como: transfusão de hemácias se clinicamente indicado, transfusões de plaquetas se sangramento ativo ou intervenção cirúrgica, medidas de suporte para insuficiência renal, tratamento da hipertensão, etc.