O úraco é um remanescente embrionário que conecta a bexiga à cicatriz umbilical. Ele desaparece em torno da 16ª semana de gestação, formando, assim, o ligamento umbilical mediano. A grande maioria dos ductos se fecha após o nascimento, porém cerca de 30% não regridem completamente. Quando isso ocorre pode formar quatro tipos diferentes de anomalias, sinus de úraco, cisto de úraco, úraco patente/fistula e divertículo do úraco.
A maioria dos pacientes com remanescentes do úraco são assintomáticos, porém as manifestações clínicas, quando presentes, são frequentemente inespecíficas. Os sinais mais frequentes são secreção umbilical intermitente, inchaço abdominal, dor abdominal, febre podendo estar presentes ou não sintomas urinários consequentes de uma complicação infecciosa do trato urinário. Os cistos uracais quando infectados apresentam massa infraumbilical sensível na linha mediana do abdome e sepse e também pode estar presente abscessos. Os cistos uracais aumentam o risco de adenocarcinoma no período de vida adulta. A dor abdominal é sugestiva de peritonite aguda por ruptura intra-abdominal do cisto infectado.
Um dos principais diagnósticos diferenciais é a onfalite, infecção local de pele e subcutâneo. Outros diagnósticos diferenciais incluem a hérnia umblical, o sinus ou cisto ônfalon mesentérico, e as infecções de parede abdominal anterior. Para o diagnóstico diferencial pode-se realizada a ultrassonografia.
As complicações ocorrem principalmente devido ao subdiagnóstico dessa anomalia. Assim, quanto mais precoce for o diagnóstico e a correção cirúrgica, menor a chance de complicações futuras.