Os cálculos renais se desenvolvem, principalmente, nos cálices e pelve renal. Geralmente são formados devido a fatores como pH urinário, diminuição do volume urinário e presença de bactérias, e tem como principal determinante a supersaturação urinária de cristais. Em torno de 70% dos cálculos urinários são formados por sais de oxalato de cálcio; 15% são compostos de fosfato amônio magnésio (cálculos de estruvita); 5 a 10% são de ácido úrico; e de 1 a 5%, cistina.
Para descobrir se o paciente possui risco de formar novos cálculos, o urologista realiza a avaliação metabólica, através de exames de sangue e urina. Na avaliação metabólica completa serão realizadas no mínimo duas coletas de urina de 24 horas com dosagem urinária de cálcio, ácido úrico, oxalato, fósforo, cistina, citrato, sódio e creatinina. A mensuração da excreção urinária de creatinina permite a avaliação da coleta correta da urina de 24h. A determinação sérica de cálcio, fósforo, albumina, creatinina, bicarbonato e ácido úrico também deve ser feita. Pacientes que apresentam cálcio urinário acima do valor normal ou próximo ao limite superior, é recomendado a solicitação de paratormônio (PTH) para investigação de hiperparatireoidismo.
A avaliação metabólica completa, somada aos testes laboratoriais básicos, está indicada em todos os pacientes com múltiplos cálculos na primeira apresentação, naqueles com história familiar fortemente positiva para litíase renal e em indivíduos com doença ativa, em que ocorre formação recorrente de cálculos, aumento do tamanho de cálculo pré-existente ou com passagem recorrente de cristais. A avaliação também está indicada em investigação de nefrolitíase em crianças ou adolescentes. Dessa forma, é possível tratar essa alteração, diminuindo ou até mesmo impedindo que novos cálculos sejam formados!