A classificação de Prader é um sistema amplamente utilizado que tem como finalidade descrever as variações na aparência da genitália externa, particularmente em casos de ambiguidade genital, uma condição que pode ocorrer em distúrbios do desenvolvimento sexual (DSDs).
A virilização genital é um grande desafio, podendo variar desde um leve aumento do clitóris até uma uretra fálica. Devido a essa variação, a Classificação de Prader é útil por ser relativamente simples e direta, facilitando a comunicação entre profissionais de saúde. Através da classificação de Prader são identificados cinco estágios distintos de hiperplasia adrenal congênita:
Prader I – aumento isolado do clitóris, o que indica que a virilização ocorreu após 20 semanas de vida intra-uterina (VIU);
Prader II – aumento do clitóris associado a um intróito vaginal em forma de funil, com a visualização de aberturas uretral e vaginal distintas, indicando desta forma que a virilização iniciou-se com 19 semanas de vida intra-uterina;
Prader III – aumento de clitóris associado a um intróito profundo, em forma de funil, com a uretra esvaziando-se na vagina, como um pseudo seio urogenital. Também se encontra diversos graus de fusão lábio-escrotal indicando que a virilização ocorreu com 14-15 semanas de vida intra-uterina;
Prader IV – clitóris fálico com abertura urogenital em forma de fenda na base do falo, indicando a ocorrência de virilização entre 12-13 semanas de vida intra-uterina;
Prader V – fusão lábio-escrotal completa e uretra peniana, indicando a ocorrência de virilização com 11 semanas de VIU.
Algumas classificações além de não contribuírem para a uniformização das classificações clínicas das ambiguidades genitais, traz mais confusão do que propõe resolver.
Dr. Marcelo de Oliveira Rosa
Uropediatra em Goiânia
CRM-GO: 6839 RQE: 3524/3629