Receber o diagnóstico de hipospádia no filho pode gerar dúvidas e apreensão nos pais, mas entender a condição e saber quais são os próximos passos ajuda a tornar o processo mais tranquilo e seguro. A hipospádia é uma alteração congênita na qual a abertura por onde sai a urina não está localizada na ponta do pênis, mas em uma posição mais baixa. Essa mudança ocorre ainda durante o desenvolvimento fetal e é relativamente comum, afetando cerca de 1 a cada 300 meninos.
O diagnóstico costuma ser feito logo após o nascimento ou nas primeiras semanas de vida. Os sinais observados pelos pediatras e uropediatras incluem:
- Abertura uretral em local anômalo
- Alterações no prepúcio, frequentemente incompleto
- Encurvamento do pênis, que pode ficar mais evidente durante a ereção
Em casos muito leves, o reconhecimento pode ser mais tardio.
Após a confirmação, o passo mais importante é consultar um uropediatra, o especialista responsável por avaliar o grau da hipospádia e indicar o tratamento adequado. A cirurgia é recomendada na maioria das situações — com exceção de variantes extremamente discretas — e cada caso exige uma análise detalhada. O especialista observa fatores como:
- tamanho e desenvolvimento do pênis
- posição exata da abertura uretral
- presença e intensidade do encurvamento
- formato da glande
- quantidade de pele disponível para reconstrução
A correção cirúrgica costuma ser indicada a partir dos 10 meses, sendo ideal que o tratamento esteja concluído antes dos 2 anos de idade. Essa janela proporciona melhores resultados estéticos e funcionais e reduz impactos emocionais na criança, além de facilitar o manejo dos curativos e da sonda no pós-operatório.
Seguir as orientações do uropediatra, esclarecer dúvidas e compreender todo o processo ajuda a família a lidar com o diagnóstico com mais segurança. Com o tratamento adequado, a grande maioria dos meninos evolui muito bem, com função urinária e aparência peniana normalizadas.
Dr. Marcelo de Oliveira Rosa
Uropediatra em Goiânia
CRM-GO: 6839 RQE: 3524/3629



