O refluxo vesicoureteral (RVU) é uma condição em que a urina retorna de forma anormal da bexiga para os ureteres e, em alguns casos, até para os rins. Normalmente, o fluxo urinário acontece em sentido único: da bexiga para fora do corpo pela uretra. No entanto, quando há RVU, esse mecanismo falha e a urina sobe em direção ao rim, o que pode causar complicações.
Essa alteração é mais comum em bebês e crianças pequenas e, em parte dos casos, pode melhorar ou até desaparecer espontaneamente ao longo dos primeiros anos de vida.
A classificação do RVU é fundamental para compreender a gravidade do problema e orientar a conduta médica. Ela ajuda a prever as chances de resolução espontânea e a definir se será necessário apenas acompanhamento clínico ou intervenção cirúrgica.
O tratamento endoscópico do refluxo vesicoureteral vem sendo cada vez mais utilizado nas últimas décadas. Ele é realizado através de um procedimento chamado cistoscopia, sob anestesia.
Durante o exame, o médico introduz um cistoscópio (um tubo fino e rígido com câmera) pela uretra até visualizar a entrada dos ureteres na bexiga. Nesse ponto, é feita a injeção de um gel biocompatível na região, com o objetivo de reforçar o mecanismo anti-refluxo natural e impedir que a urina retorne para os rins.
Entre as vantagens do tratamento endoscópico estão:
- Procedimento minimamente invasivo;
- Recuperação rápida;
- Baixa taxa de complicações;
- Possibilidade de alta hospitalar no mesmo dia.
O refluxo vesicoureteral é uma condição que precisa ser avaliada com cuidado por um urologista pediátrico. Em muitos casos, pode desaparecer espontaneamente, mas em outros exige acompanhamento rigoroso ou intervenção cirúrgica para proteger a função renal da criança.
Dr. Marcelo de Oliveira Rosa
Uropediatra em Goiânia
CRM-GO: 6839 RQE: 3524/3629