Uma doença relativamente comum nas crianças é a hidronefrose que consiste na dilatação do sistema urinário (rim e ureteres). Quando ocorre a obstrução na junção da pelve renal (saída do rim) com o ureter dificulta a drenagem da urina para a bexiga, que se acumula no rim causando a sua dilatação. Ela pode ser congênita (hidronefrose fetal) ou adquirida, que é menos frequente.
Em muitos casos o diagnóstico é intraútero realizado por meio da ultrassonografia obstétrica rotineira, que contribui para diminuir a incidência de danos aos rins.
Entre as principais causas da hidronefrose fetal persistente após o nascimento estão a estenose de junção ureteropiélica (JUP), refluxo vesicoureteral, estenose da junção ureterovesical, duplicação pieloureteral e válvula de uretra posterior.
A hidronefrose pode ser assintomática, a depender da causa e do grau da doença. Os sintomas principais estão relacionados a dores abdominal ou lombar, infecção urinária, sangramento na urina, entre outros. Na forma aguda os sintomas podem ser mais intensos como vômitos, mal-estar, prostração e febre nos casos inflamatórios e infecciosos.
Após o nascimento da criança com hidronefrose deve ser realizada a ultrassonografia das vias urinárias para comprovar e definir se a dilatação é uni ou bilateral e o grau da doença. Convém realizar esse exame após sete dias de vida, pois nesse período ocorre desidratação transitória que pode levar a uma aparente involução da dilatação dos rins, causando um resultado falso-negativo do exame ecográfico.
Se o grau da hidronefrose for leve mantém-se a conduta conservadora. Geralmente nesses casos a resolução da hidronefrose é espontânea ou a doença não provoca nenhuma repercussão clínica.
A hidronefrose é grave quando causa infecção urinária ou sofrimento à criança ou ao rim, e se não tratada pode evoluir para perda definitiva da função destes órgãos.