A extrofia de bexiga é uma má formação urológica congênita rara em que ocorre um fechamento inadequado da bexiga, fazendo com que fique aberta na parte inferior do abdome. Com causa ainda desconhecida, a extrofia de bexiga se inicia em torno de 4-10 semanas de gestação, durante o processo de embriogênese, quando o feto está em formação.
Estima-se que a ocorrência esteja entre um caso para cada 30.000 a 50.000 recém nascidos vivos sendo de 2 a 3 vezes mais predominante no sexo masculino.
Na extrofia vesical, a uretra e a genitália também não são formadas completamente. No menino o pênis pode ser curto, curvado e com aparência achatada. A uretra se abre na porção dorsal do pênis (epispádia). Na menina, a vagina pode se localizar em posição ligeiramente mais alta e mais estreitada e o apresentar clitóris bifurcado. Além disso, em ambos os ossos da pelve são separados (diástase).
A extrofia vesical pode ser diagnosticada no período antenatal, após a 20ª semana gestacional através de ultrassonografia fetal morfológica com equipamentos de alta resolução.
Tratamento
O tratamento da extrofia da bexiga é cirúrgico e visa visam obter continência urinária, manutenção da função renal e do trato urinário superior, reconstrução da genitália externa e da parede abdominal, objetivando a normalidade da vida social e sexual. Inicialmente, devemos proteger a placa vesical até que se possa realizar a cirurgia. Esta proteção pode ser feita com plástico e limpeza das bordas e hidratação da placa com soro, mantendo uma boa qualidade da placa vesical teremos melhores resultados cirúrgicos.
Pode ser realizada por estágios de reconstrução, que podem ser realizados em épocas diferentes ou em um mesmo procedimento cirúrgico e variam de acordo com individualidade de cada paciente e a preferência do cirurgião. Também existe a cirurgia em tempo único que vendo sendo divulgada e ampliada seu uso no Brasil. O tratamento deve ser individualizado, baseado em parâmetros clínicos, radiológicos e urodinâmicos.