O corrimento vaginal denominado vulvovaginite é uma doença comum na infância e frequente causa de procura de atenção médica pediátrica. É importante que seja diferenciado o corrimento fisiológico do corrimento causado por agentes etiológicos. O corrimento fisiológico geralmente ocorre no período pré-puberal quando se inicia a produção de estrógenos pelos ovários, tornando ph vaginal ácido. O corrimento é mucoide, branco amarelado, sem mau cheiro e não é irritante.
Conheça as causas mais comuns de corrimento vaginal em crianças:
-Corrimento inespecífico, sem causa aparente;
-Falta de higiene;
-Higiene inadequada;
-Objetos dentro da vagina;
-Doenças sistêmicas;
-Tumor;
-Abuso sexual;
As principais queixas relacionadas com o corrimento infantil são: coceira na vagina; coceira anal; dor para urinar; dor abdominal; saída de sangue pela vagina e xixi na cama.
O corrimento inespecífico representa a maior parte dos casos relacionados, a fatores irritantes físicos ou químicos como má higiene que pode ser excessiva ou inadequada. Nestes casos, o quadro melhora com orientações em relação a higiene como: banho diário com apenas com água ou espuma do sabão neutro ou sabonete íntimo em pequena quantidade, devendo ser evitado o uso de sabonetes perfumados na área genital. Além disso, os responsáveis devem orientar a criança a limpar a região genital no sentido da vulva para o ânus.
O diagnóstico é sempre de exclusão, ou seja, deve-se primeiro pesquisar e excluir as causas específicas. As vulvovaginite podem ser causadas por diversos agentes etiológicos.
A vulvovaginite fúngica causada por cândida não é frequente na infância. Pode estar associado a uso de antibióticos, diabetes e diminuição da imunidade.
A vulvovaginite por Tricomonas aumenta com a idade, sendo rara em crianças abaixo de 8 anos. Compromete a vagina, uretra e bexiga.
Crianças com vaginite causada por Gardenerella vaginallis associada com flora anaeróbica, gonorréia, verrugas genitais devem ser investigadas quanto a possibilidade de abuso sexual.
Associado ao exame clinico é importante abordar questões: como é realizada a higiene perineal; tipo de roupa utilizada; hábitos urinários e intestinais; disúria; história de infecção; uso recente de medicamentos; atividades esportivas, etc.