A hipertensão arterial é um problema de saúde pública mundial. Infelizmente houve um aumento da prevalência mundial também de casos na infância e adolescência que está associado ao aumento de sobrepeso e obesidade nessa população.
Crianças e adolescentes são considerados hipertensos quando os valores de pressão arterial sistólica e/ou diastólica são iguais ou superiores ao percentil 95 para sexo, idade e percentil da altura em três ou mais ocasiões diferentes.
A recomendação é que todas as crianças com idades acima de 3 anos devem ter a sua pressão arterial medida pelo menos uma vez por ano. Crianças menores de 3 anos devem ter sua PA avaliada nas seguintes condições especiais: histórico neonatal, doenças cardíacas, doenças renais, transplantes, neoplasia, tratamento com drogas que aumentam a PA, neurofibromatose, esclerose tuberosa, anemia falciforme, etc.
Como medir?
As mesmas recomendações para medir a PA em adultos são utilizadas em crianças. O ideal é que a criança fique sentada ou deitada, esteja em repouso por no mínimo 5 minutos, com a bexiga vazia e não tenha praticado exercícios físicos por pelo menos 60 minutos.
Geralmente as crianças e adolescentes com quadro de hipertensão são assintomáticos. Alguns podem apresentar quadro de cefaleia, irritabilidade e alterações do sono.
Tipos de Hipertensão
A hipertensão arterial na infância, assim como nos adultos, pode ter causa primária ou secundária, sendo a última mais frequente em crianças do que em adultos.
Geralmente, a HAS primária ocorre em crianças acima de 6 anos, e está associada a sobrepeso ou obesidade e/ou história familiar positiva para HAS.
Como a HAS secundária surge em consequência de outras doenças, para se investigar a causa é feita a análise da história clínica e exame físico detalhados e completos.
Algumas das principais causas de HAS secundária são: neoplasias, feocromocitoma e anormalidades urológicas (doença renal policística, hidronefrose, displasia renal multicística, hiperplasia de supra-renal, Tumor de Wilms, neuroblastoma), distúrbios endócrinos (coarctação da aorta, hipotireoidismo, Síndrome de Cushing etc.), e uso de medicamentos (imunossupressores, anorexígenos etc.).
O tratamento inclui medidas farmacológicas e não farmacológicas. As medidas não farmacológicas se baseiam na redução de sal, redução de peso corporal, prática de exercícios físicos com regularidade e alimentação balanceada.