Conhecido como Autismo, o transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, dificuldade na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, com interesses e atividades restritos.
Sinais de alerta do transtorno do espectro autista (TEA) podem ser percebidos nos primeiros meses de vida da criança, sendo o diagnóstico estabelecido entre 2 e 3 anos de idade, com maior no sexo masculino.
A identificação de atrasos no desenvolvimento, o diagnóstico precoce de TEA e tratamento oportuno com estimulação precoce, deve ser preconizado objetivando melhores resultados a longo prazo, considerando a neuroplasticidade cerebral.
A etiologia do transtorno do espectro autista ainda permanece desconhecida. De acordo com evidências científicas, o transtorno do espectro autista é multifatorial resultante da interação de fatores genéticos e ambientais. Embora nenhum destes fatores tem comprovação sobre a correlação com aumento e/ou diminuição dos riscos, a exposição a agentes químicos, deficiência de vitamina D e ácido fólico, uso de substâncias (como ácido valpróico) durante a gestação, bebê prematuro com menos de 35 semanas, baixo peso ao nascer menor que 2.500 g, gestações múltiplas, infecção materna durante a gravidez e idade parental avançada são considerados fatores contribuintes para o desenvolvimento do TEA.
No geral, uma criança com transtorno do espectro autista pode apresentar os seguintes sinais:
Comunicação e interação social
-Dificuldade para iniciar uma conversa ou expor suas próprias emoções;
-Dificuldade na compreensão de gestos, expressões e outras mensagens não verbais típicas de comunicação entre pessoas;
-Dificuldade de adaptar a fala e o comportamento de acordo com o contexto, prejudicando as relações pessoais e de trabalho;
-Falas ou movimentos estereotipados ou repetitivos (agitar as mãos ou estalar os dedos repetidamente, repetir frases, alinhar brinquedos);
-Manter uma rotina rigidamente controlada, sendo que pequenas alterações causam muito sofrimento;
-Fixação grande por determinado tema e de forma obsessiva busca conhecimento desses assuntos;
-Reação extremada em relação a estímulos sensoriais como algum tipo de toque, cheiro, som, etc.
Segundo a classificação do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), existem alguns tipos de autismo.
Síndrome de Asperger
É um transtorno de neurodesenvolvimento caracterizado por alterações significativas no nível dos relacionamentos sociais e comunicação não verbal. Distingue-se do autismo clássico pois não apresenta atraso global cognitivo ou na linguagem.
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento
São distúrbios da socialização com início precoce e curso crônico, que possuem um impacto variável em múltiplas áreas do desenvolvimento, desde a subjetividade e relações pessoais, linguagem e comunicação, até o aprendizado e as capacidades adaptativas.
Transtorno Autista
O transtorno autista apresenta sinais e sintomas mais graves do que os manifestados na Síndrome de Asperger e no Transtorno Invasivo do Desenvolvimento. Os sinais são défict na capacidade social, cognitiva e linguística e comportamentos estereotipados e repetitivos. Geralmente são diagnosticados antes dos três anos de idade e pode ser identificado por meio de alguns sinais como: atraso no desenvolvimento da linguagem; falta de contato visual e balançar ou bater as mãos, chamado de Stimming. O diagnóstico é multidisciplinar e essencialmente clínico, se baseando nos sinais como prejuízos nas áreas de interação e comunicação social. O tratamento enfatiza o desenvolvimento de competências sociais e comunicativas para o fortalecimento das interações interpessoais. Embora não haja medicamentos para o tratamento de sintomas do autismo, a medicação auxilia na redução e controle de sintomas obsessivos-compulsivos, de ansiedade, impulsividade.