A doença mão-pé-boca é uma enfermidade contagiosa causada pelo vírus Coxsackie pertencente aos enterovírus que habitam normalmente o sistema digestivo que podem provocar estomatites (espécie de afta que afeta a mucosa da boca). Ela afeta principalmente crianças com menos de cinco anos de idade, apesar de também pode acometer os adultos. As lesões aparecem mais comumente em mãos, pés e boca, por isso o nome da doença.
Os principais sinais da doença são:
– Febre alta antes do surgimento das lesões;
– Aparecimento na boca, amídalas e faringe de manchas avermelhadas com vesículas branco-acinzentadas no centro que podem evoluir para ulcerações muito dolorosas;
– Erupção de pequenas bolhas em geral nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, que ocasionalmente pode ocorrer também nas nádegas e na região genital;
– Mal estar, falta de apetite, vômitos e diarreia;
– Dificuldade de deglutição e excesso de salivação devido a dor na região orofaríngea.
A transmissão ocorre pela via fecal/oral, através do contato direto entre os indivíduos ou com as fezes, saliva e outras secreções, ou também por meio de alimentos e de objetos contaminados. O período de maior transmissão ocorre durante a primeira semana da doença. Mesmo após a recuperação do indivíduo, o vírus pode ser transmitido por até 4 semanas através das fezes. O período de incubação oscila entre um e sete dias. Na maioria dos casos, os sintomas são leves e podem ser confundidos com os do resfriado comum.
O diagnóstico em geral é clínico, e na maioria das vezes não necessita de exames laboratoriais. O diagnóstico diferencial inclui herpangina, estomatite aftosa, varicela, sífilis secundária, sarampo e outras doenças exantemáticas.
Ainda não existe vacina contra a doença mão-pé-boca. Em geral, assim como outras infecções por vírus, a doença regride espontaneamente após 7 a 10 dias. Por isso, na maioria dos casos, tratam-se apenas os sintomas. Para casos mais graves é recomendado o uso de medicamentos antivirais. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, faça uma boa hidratação com ingestão de bastante líquido e tente alimentar-se bem, apesar da dor de garganta.
Recomendações
– Nem todos os pacientes apresentam sintomas clássicos da síndrome. Em alguns casos surgem lesões como aftas na boca ou as erupções cutâneas; em outros, a febre e a dor de garganta são os sintomas predominantes;
– Prefira alimentos pastosos, como purês e mingaus, assim como gelatina e sorvete, são mais fáceis de engolir;
– Bebidas geladas, como sucos naturais, chás e água são indispensáveis para manter a boa hidratação do organismo, já que podem ser ingeridos em pequenos goles;
– Lavar as mãos antes e depois de lidar com a criança doente, ou levá-la ao banheiro. Se a criança conseguir ir ao banheiro sozinha, é importante que ela insista e mantenha esse hábito de higiene mesmo depois de curada;
– Evitar o contato muito próximo com o paciente (como abraçar e beijar);
– Cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir;
– Manter a higienização adequada do ambiente na qual a criança permanecerá;
– Não compartilhar mamadeiras, talheres ou copos;
– Crianças doentes devem permanecer somente em casa, evitando o contrato com outras pessoas até o desaparecimento dos sintomas (geralmente 5 a 7 dias após início dos sintomas);
– Lavar superfícies, objetos e brinquedos que possam entrar em contato com secreções e fezes das crianças doentes com água e sabão e, após, desinfetar com solução de água sanitária diluída em água (1 colher de sopa de água sanitária em 1 litro de água).