A duplicidade ureteral é uma anomalia frequente do trato urinário infantil e descoberta incidentalmente após uma ultrassonografia abdominal. É classificada em incompleta, quando os ureteres são antes da bexiga; e completa, quando os ureteres drenam separadamente a urina na bexiga ou o ureter do polo superior desemboca fora da bexiga.
A bilateralidade encontra-se em 40% dos pacientes. Em 90% dos casos de duplicidade ureteral não provocam nenhuma complicação e não necessitam de tratamento. Os 10% restantes ocasionam problemas, especialmente na duplicidade completa, e devem ser diagnosticados e tratados precocemente. Grande parte pode ser diagnosticada durante a gravidez através da ultrassonografia.
Os sintomas decorrentes da duplicidade ureteral dependem do tipo de alteração anatômica existente, e podem ser quadros de infecção do trato urinário de repetição, dificuldade para urinar e incontinência urinária.
Na duplicidade completa podem ocorrer complicações como:
Ureterocele: dilatação cística do ureter intravesical com obstrução, correspondente ao polo superior renal, com retenção de urina podendo também causar a obstrução da saída da bexiga. Provoca ureterohidronefrose e infecção do trato urinário (ITU);
Refluxo urinário: ocorre o refluxo da urina da bexiga para a parte inferior do rim causando infecção urinária;
Ectopia do ureteral ou ureter ectópico: quando o ureter terminal não está inserido dentro da bexiga, e sim localizado em outras posições, como na uretra.
O tratamento será de acordo com a apresentação clínica e suas complicações para o trato urinário. Dentre as opções de tratamento, destacam-se:
- Uretero-ureteroanastomose (robótica, laparoscópica ou aberta);
- Nefrectomia parcial (robótica, laparoscopia ou aberta);
- Punção endoscópica da ureterocele;
- Tratamento endoscópico do RVU;
- Reimplante ureteral (robótico, laparoscópico ou aberta);
- Clipagem ureteral laparoscópica.
Dr. Marcelo de Oliveira Rosa
Uropediatra em Goiânia
CRM-GO: 6839 RQE: 3524/3629