O testículo retrátil é uma condição comum na infância, caracterizada pela subida dos testículos pelo canal inguinal. Isso ocorre devido ao desenvolvimento dos músculos abdominais, principalmente pelo movimento involuntário do músculo cremaster, que conecta os testículos ao abdômen. Esse fenômeno pode ser desencadeado por fatores como climas frios, situações de estresse ou quando o cordão espermático é relativamente curto.
O diagnóstico do testículo retrátil é essencialmente clínico e feito diretamente no consultório por um uropediatra experiente. Através de um exame físico cuidadoso, o especialista consegue avaliar se o testículo está localizado fora da bolsa escrotal e se é possível reposicioná-lo manualmente.
Na grande maioria dos casos, o testículo retrátil resolve-se naturalmente. Em consultas de rotina, o uropediatra pode reposicionar manualmente o testículo, utilizando movimentos delicados na região onde está o músculo cremaster. Caso o testículo não retorne à bolsa escrotal após algumas tentativas, ou se o paciente apresenta sintomas como dor e inchaço, é crucial que o especialista reavalie o quadro para evitar complicações.
Embora o testículo retrátil seja geralmente benigno, o acompanhamento com um uropediatra é importante para evitar complicações, como:
- Torção testicular: condição rara, mas possível, em que o testículo gira, comprometendo a circulação e causando dor intensa.
- Desenvolvimento de hérnia inguinal: a subida do testículo pelo canal inguinal pode facilitar o aparecimento de hérnias.
- Risco aumentado de câncer testicular: o histórico de testículo retrátil pode, em alguns casos, estar relacionado a um risco levemente maior de câncer testicular.
- Impacto na fertilidade: a permanência dos testículos fora da bolsa escrotal em idade mais avançada pode afetar a produção de espermatozoides e comprometer a fertilidade.
Cuidados com o Testículo Retrátil: orientação e prevenção
A monitorização periódica permite identificar se o quadro está se resolvendo naturalmente ou se intervenções adicionais, como hormonioterapia ou cirurgia, são indicadas. Em casos raros em que o testículo retrátil persiste após os 6 anos de idade, uma correção cirúrgica pode ser recomendada para assegurar que o testículo se mantenha em posição adequada.
Se o seu filho apresenta sinais de testículo retrátil, procure orientação médica especializada para garantir o melhor acompanhamento e prevenir complicações no futuro.
Dr. Marcelo de Oliveira Rosa
Uropediatra em Goiânia
CRM-GO: 6839 RQE: 3524/3629