Existem dois tipos de torção testicular, a extravaginal, que incide em neonatos, e que tem como causa a tênue fixação da túnica vaginal e do gubernaculum ao dartus; e a intravaginal, que representa a maioria dos casos, mais frequente no adolescente, e secundaria a anomalia de fixação do testículo e epidídimo dentro da túnica vaginal. Na torção testicular ocorre a isquemia, e dependendo do grau de torção a necrose se instala mais rapidamente.
Quando a distorção acontece entre 4 a 6 horas do início do quadro, a viabilidade do testículo se aproxima de 100%, após 12 horas, a viabilidade diminui, porém trabalhos recentes publicados vem demonstrando uma viabilidade testicular maior mesmo passado algumas horas da torção.
O principal sintoma de torção de testículo é a dor de início súbito, e eventual irradiação abdominal para região inguinal e baixo ventre. Também podem estar presentes náuseas e vômitos.
A torção neonatal (pré-natal e até 30 dias de vida) pode se apresentar como quadro não agudo, secundário a torção intra-útero, e geralmente é detectado após o parto, ou ainda ao se identificar a ausência de testículo palpado.
Após a confirmação do diagnóstico, ou ainda na impossibilidade de exclusão do mesmo, é indicado o tratamento emergencial. Um dos tratamentos clínicos é a tentativa de distorção manual em adolescentes que só deve ser realizada se não houver edema importante no início do quadro. O sucesso da tentativa ocorre quando existe uma rápida melhora da dor e posicionamento mais baixo que o anterior. Exames de perfusão (eco doppler) podem confirmar a resolução do quadro, e converter a exploração cirúrgica obrigatória em urgência relativa.
Quando viável o testículo deve ser fixado, caso não seja possível é indicada a orquiectomia (remoção cirúrgica do testículo). Em torções extravaginais no neonato a abordagem cirúrgica se faz por inguinotomia.