A balanite xerótica obliterante, também conhecida como líquen escleroatrófico peniano, é uma doença inflamatória crônica e progressiva que pode acometer a glande, o prepúcio (pele que recobre a glande), o meato uretral e a extensão da uretra anterior. Afeta predominantemente crianças e adultos com idades entre 30 a 50 anos.
Tem como sintomas pápulas esbranquiçadas isoladas ou múltiplas, principalmente na glande que podem ser confundidas com candidíase. Com a progressão da doença, as pápulas se tornam esclerosantes, diminuindo a elasticidade da pele e a tornando endurecida.
Quando compromete o meato uretral ou a uretra anterior, o paciente começa a apresentar sintomas urinários obstrutivos, como jato urinário fraco, esforço miccional e sensação de esvaziamento vesical incompleto. Além de potencial ocorrência de fimose e parafimose em meninos não circuncidados.
A balanite xerótica obliterante é um fator de risco para o câncer de pênis, devendo ser detectada o mais rápido possível.
O diagnóstico é realizado através do exame clínico e, em alguns casos, pode ser necessário a realização de uma biópsia.
O tratamento das lesões da glande e do prepúcio, estágio inicial da doença é a base cremes de testosterona e/ou corticoesteroides. Nas fases evolutivas em que já ocorreu algum comprometimento esclerótico da pele pode haver necessidade de cirurgia postectomia (circuncisão).
Quando há o comprometimento do meato uretral, muitas vezes a realização da meatotomia (abertura cirúrgica deste meato) pode ser suficiente para a resolução dos sintomas. Porém, em casos de comprometimento do meato, a uretra anterior sempre deve ser investigada.
Caso haja comprometimento da uretra anterior, procedimentos complexos de uretroplastia com a utilização de enxertos são necessários para o tratamento definitivo.