O líquido amniótico é um fluído que envolve o bebê durante os seus nove meses de gestação. Até o quarto mês o líquido amniótico é produzido placenta e membranas. Após este período de gestação, o líquido amniótico é produzido pelos rins do feto que começam a funcionar, sendo constituído majoritariamente por urina fetal. No final da gestação, além da urina do feto o líquido amniótico também é composto por secreções pulmonares.
O líquido amniótico se movimenta constantemente dentro da bolsa amniótica, se renovando a cada duas horas. Isso acontece por que o líquido é absorvido no intestino fetal, e ao chegar ao sangue, atravessa a barreira placentária sendo assim eliminado pelos rins maternos. O bebê pode engolir cerca de cinquenta mililitros do líquido por hora sem causar danos. Até o fim da gestação, o volume de líquido amniótico tem aproximadamente entre 700 a 1 litro, e vai constantemente diminuindo ao se aproximar do parto.
O líquido amniótico tem várias funções importantes para o desenvolvimento fetal:
-Evita compressões do cordão umbilical que impediriam a passagem e saída de nutrientes e oxigênio para o bebê;
-Protege o feto de possíveis infecções devido às propriedades antibióticas do líquido amniótico;
-Auxilia no desenvolvimento e maturação dos pulmões;
-Protege o feto de possíveis traumas externos;
-Mantém a temperatura do útero constante e confortável;
-Permite a movimentação fetal, auxiliando no desenvolvimento muscular;
-Auxilia na nutrição do feto;
-Auxilia na maturação do trato gastrointestinal.
Em alguns casos, o líquido amniótico pode ser produzido em quantidades irregulares, muito baixas ou altas. A quantidade excessiva de líquido amniótico é chamada de polidramnia, que pode ocorrer pelas seguintes razões:
-Gravidez gemelar ou de mais fetos, sendo necessário uma quantidade maior de líquido amniótico para proteger os bebês;
-Síndromes cromossômicas, como a síndrome de Edward ou a síndrome de Down;
-Diabetes gestacional que podem causar um aumento da produção de urina fetal;
-Infecções causadas por citomegalovírus, toxoplasmose, rubéola e sífilis;
-Incompatibilidade no fator Rh;
-Alterações congênitas, como fendas palatinas ou malformação no sistema nervoso, que podem prejudicar o desenvolvimento saudável bebê.
Devido a grande quantidade de líquido amniótico as paredes uterinas se distendem mais, o que pode estimular o parto prematuro. Também está associada com o descolamento da placenta e com o prolapso do cordão umbilical durante o parto natural, que pressiona o cordão umbilical na parede vaginal e dificulta o processo de oxigenação do bebê.
Nos casos de oligodramnia, diminuição do líquido amniótico alguns fatores devem ser levados em consideração na hora de investigar as causas. São eles:
-Alguma alteração na placenta que prejudica a nutrição do bebê e pode provocar uma redução na produção de urina;
-Malformação renal, que impede a produção de urina;
-Desidratação reduzindo a quantidade de água no corpo da gestante;
-Rupturas parciais da bolsa amniótica, que podem acarretar perda de um volume pequeno de líquido amniótico pela vagina;
-Uso de medicamentos anti-hipertensivos ou anti-inflamatórios, que diminuem a produção de líquido amniótico;
-Gravidez com gêmeos não idênticos, que aumenta a chance de ocorrer a síndrome de transfusão feto-fetal, onde um dos bebês recebe menos sangue que o outro tendo seu desenvolvimento comprometido, pois produz menos urina e, consequentemente, menos líquido amniótico.
Quando a quantidade de líquido amniótico é menor que o normal, o feto pode ficar mais suscetível a traumas, seu desenvolvimento muscular e ósseo pode ser afetado e/ou nascer com peso mais baixo que o normal.
Também pode aumentar o risco de compressão do cordão e prejudicar o fluxo sanguíneo, que, por sua vez, leva oxigênio e nutrientes para o bebê. Outro fator é o comprometimento maturação dos pulmões, causando insuficiência respiratória ao nascer.
Para o acompanhamento da gravidez o médico solicita exames de ultrassonografia em que é possível verificar a qualidade de líquido amniótico na gestação.