A hipospádia é uma anomalia congênita relativamente comum, ocorrendo em cerca de 1 a cada 200 meninos. Essa condição se caracteriza pela localização anormal da abertura da uretra, que pode estar localizada em locais atípicos, como abaixo do pênis, na região média, na base do pênis, no escroto ou no períneo. Em alguns casos, também pode haver um excesso de pele prepucial dorsal que parcialmente cobre a glande, podendo estar associado a alguma rotação.
O tratamento da hipospádia é cirúrgico e geralmente é recomendado no primeiro ano de vida da criança, pois nessa fase, a cirurgia é bem tolerada com o mínimo de trauma. Isso permite corrigir a posição da abertura da uretra para o centro da glande, reduzir ou eliminar a curvatura peniana quando ereto e a obter um aspecto mais próximo do normal.
A escolha da técnica cirúrgica a ser utilizada depende de diversos fatores, como a localização da abertura uretral, presença de curvatura peniana, tamanho do pênis e da glande, quantidade e qualidade da pele prepucial, histórico de cirurgias anteriores e presença de fibrose, entre outros.
Existem várias técnicas cirúrgicas para corrigir a hipospádia, sendo as mais comuns as de Snodgrass, Onlay, Magpi, Bracka, Mathieu, Duplay, e também o uso de enxertos de mucosa labial ou pele prepucial.
É essencial que o uropediatra esteja familiarizado e seja competente em diversas técnicas, pois a escolha da técnica mais adequada dependerá das características de cada caso. Atualmente, a tendência é realizar a cirurgia em um único procedimento, preservando a placa uretral. Entretanto, em casos de curvatura peniana significativa, pode ser necessário realizar a cirurgia em duas etapas, desfazendo a fibrose e a reconstruindo a placa uretral através de pele prepucial ou mucosa labial, após um período de 6 a 9 meses. Durante a cirurgia, são usados materiais delicados, como finos fios de sutura, com cuidado redobrado se houver necessidade de bisturi elétrico. Normalmente, é colocada uma sonda na bexiga, que é removida após alguns dias. A nova uretra é frequentemente coberta com retalhos de dartos ou túnica vaginalis para reduzir ou prevenir complicações, como fístulas uretrais pós-operatórias.
O primeiro curativo é trocado dois a três dias após a cirurgia, e analgésicos são prescritos para o alívio da dor. A alta hospitalar costuma ocorrer no mesmo dia da cirurgia.
Dr Marcelo de Oliveira Rosa
Uropediatra em Goiânia
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Clínica do Cálculo
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